João Vaccari Neto é investigado por desvio de recursos na Bancoop e será obrigado a comparecer à comissão das ONGs.
Também foram aprovados convites para promotor que investiga o escândalo, para doleiro e para o irmão de ex-presidente da cooperativa.
A oposição na CPI da ONGs conseguiu aprovar a convocação para depor do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto -acusado de desviar recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) para campanhas eleitorais.
Senadores do PSDB e do DEM também aprovaram requerimentos de convite para ouvir o promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo, José Carlos Blat, que investiga o caso, o doleiro Lúcio Funaro, e o irmão do ex-presidente da Bancoop, Hélio Malheiro.
Instalada em outubro de 2007, com pouca atividade e quase esquecida, a CPI das ONGs foi prorrogada pela quinta vez. Agora, irá funcionar até setembro deste ano.
"[A CPI] Estava quase morta, nem eu acreditava mais", disse Heráclito Fortes (DEM-PI), segundo presidente da comissão depois que Raimundo Colombo (DEM-SC) saiu em 2008.
Relator da comissão, Inácio Arruda (PC do B-CE) criticou a manobra oposicionista. "A CPI não pode ser objeto de uma coisa ou outra a cada dia que alguém ache interessante. A Bancoop nem é uma ONG. Agora não há mais nada a fazer [para evitar os depoimentos]", disse.
Como foram convidados, Blat, Malheiro e Funaro não são obrigados a comparecer ao Senado. Vaccari, no entanto, foi convocado -o que torna sua presença obrigatória. A Folha apurou que o tesoureiro será orientado a permanecer calado em seu depoimento.
Heráclito marcou os depoimentos de Blat e Vaccari para a próxima terça-feira. O promotor será ouvido pela manhã e o tesoureiro pela tarde.
Acusações
Presidente licenciado da Bancoop, Vaccari é acusado de repassar recursos da cooperativa para os cofres de campanhas petistas. Ele nega. A Bancoop tem uma dívida estimada em cerca de R$ 100 milhões e deixou de entregar imóveis aos cooperados. Dos 53 empreendimentos prometidos, 19 não saíram do papel.
Blat é responsável pelas investigações. Após fazer acordo de delação premiada, o doleiro Funaro tornou-se a principal testemunha do caso.
De acordo depoimento dele em inquérito na Procuradoria-Geral da República, os recursos da Bancoop seriam utilizados para abastecer o esquema do mensalão.
Irmão do ex-presidente da Bancoop, Hélio Malheiro também é testemunha de acusação. Segundo a oposição, ele contou ao Ministério Público que o irmão repassou recursos da Bancoop para uma ONG. Hélio está incluído no programa de proteção a testemunhas.
Outra acusação diz respeito ao uso de dinheiro de fundos de pensão para abastecer a Bancoop. De acordo com um dos requerimentos apresentados pela oposição, a cooperativa "teria sido socorrida, em 2004, por uma imprudente aplicação de recursos, no montante de R$ 26 milhões, patrocinados pelos fundos de pensão públicos da Previ, Petros e Funcef". Folha
Vaccari, tesoureiro do PT é convocado a depor em CPI das ONGs!
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