Se é preciso democratizar as comunicações no Brasil, como quer o programa de governo do PT, é porque elas não são democráticas, concluiria o Conselheiro Acácio.
Mas aqui qualquer um pode abrir um jornal, uma rádio ou uma emissora de TV, dependendo de seus recursos para montar e manter o veículo. E de sua capacidade de conquistar audiência.
Com a infinidade de canais que hoje o mundo digital oferece, é fácil para qualquer sindicato, ONG ou movimento social ter o seu canal de televisão. O difícil é ter espectadores.
Na internet, ninguém precisa de nenhuma autorização, ou de muito dinheiro, para botar no ar sua rádio, jornal, revista ou televisão – basta ter competência e audiência. O que pode ser mais democrático do que isto?
Não é por falta de democracia que as esquerdas não conseguem fazer um veículo de massa de sucesso popular, mesmo com todas as verbas e a “vontade política” oficial. O último foi o Pasquim, menos por ser de esquerda do que por ridicularizar a ditadura que oprimia a todos.
Alguém duvida que a Globo, a Record, a Band, a RedeTV e o SBT disputam cada centavo do mercado, cobrando por cada espectador conquistado? Dezenas de canais a cabo não competem ferozmente por assinantes e anunciantes? Os jornais não estão disputando leitores nas bancas e on line? Não há livre concorrência? Então que monopólio é esse que eles querem acabar?
Por que ninguém vê a TV Brasil? Por que “A Voz Operária” é menos lida do que “O Estado de S. Paulo”? Por que a “Carta Capital” só tem uma fração dos leitores da “Veja”? Não se trata de quem é melhor ou pior, é só uma livre escolha do público. E nas escolhas democráticas, às vezes, a maioria está errada, mas o que fazer, acabar com a democracia? Ou com a maioria?
Quem sabe, com o tempo e mais governos petistas, os brasileiros ganhem educação, consciência política e bom gosto e façam da Voz Operária, da TV Brasil e da Carta Capital campeões de audiência?
Já em Cuba, na Coréia do Norte, na Venezuela e no Irã, quem falar em democratizar as comunicações vai preso. Porque lá elas já estão democratizadas, concluiria o Conselheiro.
Os meios e as mensagens - Nelson Motta
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