Morreram no terremoto (do Haiti) dezesseis brasileiros, catorze deles do Exército, e outros quatro militares ainda estavam desaparecidos até sexta-feira. É o maior número de baixas em operações internacionais desde a II Guerra Mundial.
Há também 25 militares brasileiros feridos, três deles em estado grave. Outros quatro estavam na lista de desaparecidos. Eles se encontravam no Hotel Christopher, um prédio de cinco andares transformado em sede da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah, na sigla em inglês), que ficou destruído. No momento do tremor, o coronel João Eliseu Souza Zanin, o tenente-coronel Marcus Vinicius Macedo Cysneiros e os majores Francisco Adolfo Vianna Martins Filho e Márcio Guimarães Martins estavam no 3º andar do prédio. Por isso, há poucas chances de que possam ter sobrevivido.
O terremoto aconteceu quando os oficiais acertavam com colegas de farda de outros países detalhes da troca de tropas – realizada a cada seis meses.
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Testemunhar a destruição do terremoto no Haiti pelas ruas é horrível: corpos aparecendo em edifícios ruídos, sobreviventes enfaixados chorando em cidades de tendas e cheiro de putrefação e morte. Mas ver as consequências do tremor do céu mostra realmente a enormidade do desastre que atingiu a nação mais pobre do Ocidente na terça-feira.
Vistas de um helicóptero do Exército norte-americano, grandes regiões de Porto Príncipe estão reduzidas a escombros. Localidades inteiras de barracos rolaram os morros. Fileiras de telhados de ferro enferrujado parecem como se tivessem sido misturadas aos escombros por uma mão gigante.
A vida na devastada cidade está concentrada em locais coloridos, onde dezenas de milhares de pessoas construíram acampamentos improvisados em regiões abertas, enquanto tremores secundários aterrorizam moradores do lado de fora dos edifícios que ainda permanecem em pé.
De cima, a catedral parece como se tivesse sido pisada. O deslumbrante palácio presidencial branco assemelha-se a um bolo de casamento que caiu no chão. Estacionamentos de vários andares e supermercados foram nivelados como uma sanfona.
Casas de concreto estão tão destruídas que parecem ter sido feitas de argila.
O ministro da Saúde, Alex Larsen, disse à Reuters na sexta-feira que três quartos de Porto Príncipe terão de ser reconstruídos. Mesmo em um país miseravelmente pobre e pouco equipado como o Haiti, é difícil de ver até mesmo por onde começar.
Levou três dias para que as primeiras equipes de ajuda estrangeiras chegassem e que os primeiros caminhões-pipa fizessem ronda.
Equipes de auxílio que chegaram ao aeroporto na sexta-feira admitiram que podem demorar dias para alcançar vítimas famintas e feridas, com alimentos e remédios que elas precisam desesperadamente.
O governo calcula o número de mortos como sendo de até 200 mil, o que colocaria o terremoto de terça-feira entre os dez piores da história. E aconteceu em um dos países mais pobres e voláteis do mundo.
Saques e brigas por alimentos começaram na sexta-feira nas ruas, onde não se vê polícia e não há o menor sinal de controle governamental.
"São tempos ruins que o país está vivendo. Quem sabe o que vem pela frente?", afirmou Antonio Elias, de 47 anos, que está deixando para trás seu negócio e voltando para a Venezuela, seu país-natal, com sua esposa e bebê haitianos. "Não é fácil deixar tudo para trás. Quem sabe quando voltaremos? Mas não vou correr o risco de ficar aqui."
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