Por seis meses, Renan Calheiros agarrou-se à cadeira da presidência do Senado com a obstinação dos loucos e o cinismo dos déspotas. Acusado de malfeitorias de toda ordem, reveladas por VEJA e pelo Jornal Nacional (a saber: uso dos serviços de um lobista para pagar, com dinheiro de origem incerta, pensão à filha que teve fora do casamento; apresentação de documentos irregulares para justificar a origem desses recursos; favorecimento de empresa com dívidas junto ao INSS em troca de benefício para o irmão; grilagem de terras; uso de laranjas na compra de emissoras de rádio; e intimidação de senadores dispostos a aprofundar as investigações de todas essas denúncias), o senador do PMDB manteve o semblante impassível em público, enquanto, em privado, dedicava-se a vasculhar sordidezas – reais e forjadas – de seus pares, para chantageá-los e impedir que cassassem seu mandato. Acabou conseguindo. Com a ajuda do governo e da pusilanimidade de parte dos parlamentares, foi absolvido duas vezes em votações – sempre secretas – no plenário.
Renan Calheiros riu por último, mas nunca mais voltará a ter o peso político que ostentou enquanto ocupou a presidência do Senado. Sua contribuição para a já desmoralizada imagem do Congresso, no entanto, ficará para a história. Veja
VÍDEOS: DF2 de quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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