O equívoco e o padre!!!

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Leiam, aqui, artigo de André Petry.

O caso do padre Júlio Lancellotti está servindo de pasto para maus bois. O padre denunciou que vinha sendo extorquido por um ex-interno da velha Febem e, de lá para cá, o caldo entornou. O padre já foi acusado de pedofilia, de espancar meninas, de manter relacionamento homossexual pago com o mesmo ex-interno da Febem que supostamente o extorquia, de desviar dinheiro de ONG... Até agora, não se sabe ao certo se o padre é vítima de calúnias ou se os pecados e crimes de uma vida clandestina estão vindo a público.
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O que chama mais atenção é defender o padre escorando-se em seu trabalho em favor dos desvalidos. No dia 22 de outubro, arcebispos, bispos e sacerdotes fizeram uma nota de solidariedade a Lancellotti. A nota, assinada por três religiosos, entre eles o arcebispo Odilo Scherer, que acaba de ser promovido a cardeal pelo papa Bento XVI, é exemplo primoroso de equívoco.
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Todas as referências ao trabalho de Lancellotti são verdadeiras, mas a provação e o sofrimento do padre não têm nada a ver com sua atuação pelos pobres. Têm a ver com a suspeita de pedofilia, de violência, de desvio de dinheiro. Os religiosos, movidos pelo corporativismo católico, caíram na mesma mistificação dos que querem culpar o mensageiro pela mensagem.

A obra social do padre não pode servir de muleta para absolvê-lo nem para condená-lo. São coisas distintas. Colocar tudo no mesmo balaio é criar confusão. É um erro tanto absolver o padre (socorrendo-se de sua obra social elogiável) quanto desmoralizar a obra social (socorrendo-se de um padre sob suspeita).

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