Editorial Estadão
"O improviso do presidente Lula, ao dar posse ao novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não foi o primeiro de sua lavra a atropelar a solenidade do cargo, a lógica, a sintaxe, o significado das palavras. Tampouco foi a primeira vez em que, no papel de "gente como a gente", falou coisas que, embora corriqueiras em conversas informais, chefes de governo ou de Estado se guardam de proferir em público, ainda mais em palácio, ainda mais numa solenidade, ainda mais nas circunstâncias em que se realizou a solenidade de posse do novo ministro. Presidentes e primeiros-ministros não dizem que, ao embarcar num avião, "entregam a Deus" a sua sorte, entre outros motivos porque estão "na mão das intempéries que nem sempre o ser humano consegue controlar" - como se às vezes conseguisse.(...)
Enxovalhou com os seus gracejos um evento que, a rigor, era o equivalente político de uma cerimônia fúnebre - a substituição do ministro da Defesa em razão da tragédia do vôo 3054 da TAM. Esta dificilmente teria acontecido não fosse a crise aérea que a incúria do governo petista prolonga já por 10 meses, a contar de outra tragédia, cujas causas estruturais ainda não foram sanadas. As piadas de mau gosto de um presidente falastrão e insensível ofenderam as duas centenas de famílias brasileiras enlutadas desde a terrível noite de 17 de julho, a maioria das quais nem sequer ainda obteve o escasso consolo de ter os seus mortos identificados para poder sepultá-los."continua
Momentos (errados) de descontração!!!!
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