Mulheres do MST lideram invasão de fazenda pela quinta vez em PE!

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Mulheres ocupam até estábulo da fazenda As sem-terra destruíram com foices a cerca que demarca a fazenda, entraram na propriedade, instalaram barracas de lona e se acomodaram também numa estrutura usada pelos proprietários como estrebaria.
 No O Globo

Mulheres sem-terra lideraram 150 famílias na ocupação.
Cerca de 150 famílias lideradas por mulheres ligadas ao MST reocuparam ontem a fazenda Uberaba, no município de Bonito, localizado a 137 quilômetros da capital pernambucana.
É a quinta vez que a propriedade é invadida pelos sem-terra.
Eles alegaram que a ação faz parte da Jornada de Luta das Mulheres da Via Campesina Contra o Agronegócio e Contra a Violência pela Reforma Agrária e Soberania Alimentar, e antecipa as comemorações do Dia Internacional da Mulher, hoje.
De acordo com os sem-terra, a Uberaba tem 600 hectares e é improdutiva. Até o final da tarde de ontem, o Incra não havia se pronunciado sobre a ocupação.
Um dos proprietários, Filipe Galindo Souto, assegurou que a fazenda só possui 300 hectares, dos quais cinco se encontram arrendados. A propriedade já foi alvo de vários conflitos, com registro de despejos, e é exigida para fins de reforma agrária desde 2004 pelo MST, que há alguns anos chegou a acusar seus proprietários de usarem milícias privadas.

Mulheres ocupam até estábulo da fazenda As sem-terra destruíram com foices a cerca que demarca a fazenda, entraram na propriedade, instalaram barracas de lona e se acomodaram também numa estrutura usada pelos proprietários como estrebaria.
Elas disseram que o estábulo está desativado, mas os donos da Uberaba informaram que todos os finais de tarde são recolhidas no local as reses fazenda. Eles afirmaram ainda que há cultivos na propriedade, bem como criação de porcos, gado bovino e aves.
De acordo com Souto, a Uberaba possui doze funcionários contratados.

A direção regional do MST informou que até a noite de hoje novas ocupações vão ocorrer. O movimento participa, também, de uma caminhada em defesa da reforma agrária pelas ruas do centro, para assinalar o Dia da Mulher, junto com outros movimentos sociais, como a Federação dos Trabalhadores de Agricultura (Fetape) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).

1 Comentário:

Anônimo disse...

Mulheres da Via Campesina protestam contra a violência e o agronegócio

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - Cerca de mil mulheres, integrantes da Via Campesina, de várias regiões do Paraná, ocuparam hoje (8) a Usina Central do estado, em Porecatu. De acordo com a organizadora do movimento, Izabel Grein, o protesto faz parte da mobilização nacional contra a violência e o agronegócio e em defesa da reforma agrária.

“Nosso lema é 'Mulheres Camponesas em Luta Contra o Agronegócio, pela Reforma Agrária e Soberania Alimentar' e hoje estamos protestando contra a monocultura da cana, que no Paraná ainda se utiliza do trabalho escravo”, disse ela.

As mulheres permaneceram na usina até as 10h, saindo depois em passeata pelas ruas do município. O movimento lembra que em 2008, 228 trabalhadores foram encontrados em situação degradante, semelhante ao trabalho escravo, em fazendas que atendem a usina. Segundo Grein, em três fazendas da região – Variante, Santa Maria e Marrecas - foram encontrados trabalhadores nessa situação. “São áreas ocupadas, que aguardam a desapropriação do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas a maior parte das áreas em torno da usina apresenta problemas. No ano passado, o instituto considerou improdutiva uma área de 20 mil hectares e até agora não saiu a documentação”.

As campesinas alertam a população para o fato de que “a expansão da cana-de-açúcar no Paraná, nas regiões norte, noroeste e norte pioneiro, tem gerado sérias consequência, como destruição ambiental, expulsão de trabalhadores do campo, violações dos direitos trabalhistas e trabalho escravo”.

Outra reivindicação do movimento é o assentamento de 6 mil famílias que estão nos acampamentos do estado.
No fim da tarde, as mulheres promovem ato de solidariedade doando alimentos da reforma agrária aos cortadores de cana na praça central do município vizinho, Florestópolis. Os alimentos serão
distribuídos nos bairros pobres onde vivem trabalhadores do corte da cana, que, segundo o movimento, na semana anterior estavam em greve, reivindicando salários atrasados.

 

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