A "herança maldita" para o futuro governo: DÉFICIT!

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por ROBSON GONÇALVES,professor de macroeconomia dos MBAs da FGV para a Folha

Há décadas a história se repete e as estatais brasileiras têm sido usadas como instrumento da política econômica. Em certos momentos, para reforçar o caixa do governo. Em outros, para sustentar o nível de atividade. Mas a marca desse uso tem sido uma perversa lógica de curto prazo.

No início do governo Lula, os gastos das estatais foram cortados como parte do esforço para gerar superavit primário. Seria uma política saudável se não tivessem sido comprometidos importantes projetos de infraestrutura, cujo atraso limita o crescimento até hoje.

A partir de 2008, as estatais foram ""induzidas" a acelerar seus projetos de investimento como forma de estimular a economia e conter os efeitos da crise global. Mas a qualidade de projetos feitos assim, a toque de caixa, é sempre discutível. Veja-se o Minha Casa, Minha Vida, com suas metas ambiciosas e seus prazos incertos.
O que se espera de um programa de investimentos públicos saudável são pelo menos três coisas: visão de longo prazo, continuidade e eficiência na alocação dos recursos. Mas o uso conjuntural do orçamento das estatais é o oposto exato disso.

Em 2010, ano eleitoral, as estatais deixaram de contribuir para o equilíbrio fiscal, como no passado. Na esteira do aumento de gastos iniciado em 2008, registram deficit em suas contas.

Em si, isso não seria preocupante. Mas o fato é que se está gerando para o próximo governo mais uma ""herança maldita". A nova gestão terá, provavelmente, que promover novos cortes.
Mantida a miopia atual, esses cortes recairão, novamente, sobre o investimento, gerando mais descontinuidade e mais obstáculos ao crescimento no futuro.
O desejável seria que os cortes de gastos, quando necessários, recaíssem sobre as despesas com pessoal e com o custeio oneroso da máquina pública, não sobre os investimentos. Mas, aí, chegamos ao mundo das esperanças, não dos fatos.

3 comentários:

Canguru Perneta disse...

"Enquanto os alemães tem um polvo que sabe de tudo, os brasileiros têm uma Lula que nunca sabe de nada".

RR3C disse...

Asilo político

Paralelo entre o juiz boliviamo e o Battisti, feito pelo "O Repórter".

"O magistrado era o responsável por investigar o caso de três estrangeiros mortos na Bolívia em abril de 2009. De acordo com o governo local, o romeno Arpád Magyarosi, o boliviano-húngaro Eduardo Rózsa Flores e o irlandês Michael Dwyer organizavam uma ação para matar o presidente Evo Morales.

Durante as investigações, as evidências levavam o juiz a acreditar que a operação da polícia representou "um desastroso equívoco" do governo Morales. Com isso, o caso foi transferido de sua jurisdição, em Santa Cruz de La Sierra, para a capital La Paz."

RR3C disse...

Da série Absurdos:

"O presidente do Senado mexicano, Carlos Navarrete, pediu hoje, em visita à Suíça, que o presidente Felipe Calderón "suspenda" o combate ao narcotráfico com o uso das forças locais para evitar que o país continue "degradando-se, como ocorre hoje".

Navarrete, do opositor Partido da Revolução Democrática (PRD, de esquerda), analisou que o governo dos Estados Unidos também "deve enfrentar o problema", visto que o tráfico de drogas mexicano se direciona aos consumidores norte-americanos.

Calderón "deverá tomar a decisão de suspender esse combate para evitar a degradação que ocorre hoje e propor aos Estados Unidos um acordo, no qual Washington assuma suas responsabilidades", declarou a equipe de imprensa do senador.

O titular do Senado expressou também que o México "enfrenta uma situação dramática, sem um ponto de comparação na história" e considerou que a luta anunciada por Calderón "desgasta o governo e desgasta as Forças Armadas", além de não ter um fim, já que este é "um problema de mercado e do consumo proveniente da sociedade norte-americana"."

Já o pablo henrique amorim tá "dizeno" que o Serra aderiu as Farcs.

 

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