ISTOÉ teve acesso às 69 mil páginas do processo do STF que trazem à tona novas histórias sobre o esquema de corrupção.
Em uma delas aparece o coordenador de campanha de Dilma, o ex-prefeito Fernando Pimentel, como operador de remessas ilegais.
(...)Parte da nova documentação analisada pelo Supremo atinge diretamente um importante dirigente petista que havia permanecido incólume durante todo o escândalo do Mensalão e que só agora tem seu nome envolvido na rede de corrupção. Trata-se do atual coordenador da campanha presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ex-prefeito de Belo Horizonte (2005-2008), Fernando Pimentel. No processo 2008.38.00.012837-8, que investiga os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas e tramita sob sigilo na 4ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais e agora foi anexado ao caso do STF, ele é apontado como um dos operadores da remessa ilegal de recursos para o Exterior, depois usados para pagamentos de dívidas do PT com o publicitário Duda Mendonça. Nesse processo, o procurador da República Patrick Salgado Martins mostra as relações de Pimentel com o empresário Glauco Diniz Duarte e com o contador Alexandre Vianna de Aguilar. Ambos, segundo o Ministério Público Federal, enviaram ilegalmente para os Estados Unidos cerca de US$ 80 milhões. Parte desse dinheiro, como afirma o procurador, teria sido destinada às contas de Duda Mendonça, um dos personagens centrais do escândalo do Mensalão.
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VÍDEOS: g1 e TV Bahia - domingo, 22 de dezembro de 2024
Há 34 minutos
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Dinheiro público bancou mensalão e contas do Fórum Social Mundial, diz revista
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O mensalão, suposto esquema de compra de apoio político denunciado em 2005, recebeu recursos da Prefeitura de Belo Horizonte por intermédio do então prefeito Fernando Pimentel (PT) e do Banco do Brasil. A informação é da revista “IstoÉ”, distribuída nesta sexta-feira (26), que teve acesso ao processo no STF (Supremo Tribunal Federal), a ser analisado pelo ministro Joaquim Barbosa.
Procurado pelo UOL Notícias, Pimentel se comprometeu por volta das 15h45 a falar com a reportagem 10 minutos depois, mas não tinha voltado a atender o celular até as 18h, horário da última tentativa de contato.
Ele é cogitado para ser coordenador da provável campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e disputa no campo governista para ser candidato ao governo de Minas Gerais, tendo como adversários os ministros Hélio Costa (PMDB, Comunicações) e Patrus Ananias (PT, Desenvolvimento Social).
Além do financiamento de políticos da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o inquérito também aponta a entrega de R$ 1 milhão à organização do Fórum Social Mundial para pagar o que um membro do PT gaúcho chamou de “dívidas históricas” do evento, nascido para se contrapor ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Chico Whitaker, da ONG Justiça e Paz e indicado como porta-voz da organização do Fórum, negou recebimento de dinheiro de qualquer partido político. Segundo ele, a edição de 2005, em Porto Alegre, deixou dívidas que foram pagas apenas por entidades não governamentais que integram o próprio Fórum. "Por príncipio, não recebemos dinheiro de partido nem de grupos que incentivam a violência", afirmou. De acordo com ele, o grupo vai preparar um comunicado por conta das acusações.
De acordo com a publicação, Pimentel remeteu ao exterior recursos que acabaram usados para pagar dívidas do PT com o marqueteiro Duda Mendonça. O ex-prefeito da capital mineira teria relações com o empresário Glauco Diniz Duarte e com o contador Alexandre Vianna de Aguilar, que enviaram ilegalmente, segundo o Ministério Público Federal, cerca de US$ 80 milhões aos EUA.
Desses, US$ 30 milhões teriam sido depositados nas contas da empresa Gedex International, de propriedade de Diniz. Esse dinheiro teria origem, de acordo com o Ministério Público mineiro, no superfaturamento de um contrato assinado por Pimentel com a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) para instalar um circuito de câmaras nas ruas da cidade. Na época, diz a revista, Diniz dirigia a CDL.
Em depoimento à CPI instaurada para investigar o caso na época, Mendonça admitiu ter uma conta com R$ 10 milhões não declarados nos EUA, enviados pelo PT.
Também de acordo com a revista, uma funcionária do Banco do Brasil informou desvio de R$ 60 milhões em verbas que seriam usadas para uma campanha publicitária – nunca realizada - do banco e do produto Visa Electron.
A agência contratada foi a DNA, de propriedade do empresário Marcos Valério, tido como operador do mensalão petista e do similar tucano, engendrado anos antes na campanha ao governo estadual do hoje senador Eduardo Azeredo. A assessoria de imprensa do banco informou que a empresa ainda não tem posição sobre o assunto.
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