Foram mais de 100 vítimas inocentes no Paquistão, outras 160 no Iraque e um silêncio ensurdecedor no resto do mundo
Todo atentado terrorista é hediondo, mas o que aconteceu na quarta-feira em Peshawar, no Paquistão, teve uma característica particularmente perversa. O carro-bomba, com motorista suicida, serpenteou pela área de um mercado ao ar livre bem na hora em que as mães pegam os filhos na escola e vão comprar comida para fazer o jantar. A explosão matou mais de 100 pessoas, na maioria mulheres e crianças. Com o mesmo método e a mesma filiação ideológica – o radicalismo islâmico, recrudescido diante da percepção de que os Estados Unidos vacilam –, outros dois carros lotados de explosivos provocaram carnificina no centro de Bagdá: mais de 160 pessoas estraçalhadas. Tão assombroso quanto as bombas foi o silêncio mundial ante o horror do massacre dos inocentes. Os jovens anarquistas de roupas moderninhas que fazem quebra-quebra a cada reunião do G-20 ou do FMI? Nada. As senhoras de cor-de-rosa que protestam contra todas as ações militares dos Estados Unidos? Caladíssimas. E os imãs, os chefes das mesquitas ou os fiéis comuns dos países muçulmanos, indignados com a matança de seus irmãos de fé? Nem pensar. Os motivos obedecem a razões deturpadas. Em relação ao Iraque, é porque as vítimas são xiitas, que ascenderam ao poder com a derrubada de Saddam Hussein, e qualquer manifestação de apoio a eles é vista como endosso à invasão americana. O mesmo raciocínio enviesado se aplica, em outras condições, ao Paquistão, onde talibãs e companhia barbarizam. O governo do Iraque pediu à ONU que abra um inquérito sobre os atentados. Será interessante ver como o pacifismo seletivo reage. Já apareceu o primeiro abaixo-assinado? Veja
VÍDEOS: g1 e TV Bahia - domingo, 22 de dezembro de 2024
Há 22 minutos
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