A "INTERNACIONAL CHAVISTA"!

Chávez e Insulza
por ex-blog Cesar Maia
1. Chávez foi o responsável pela derrubada em 1992 do Presidente constitucional e democrático de seu país, e também pela série de iniciativas adotadas nos últimos anos para perpetuar-se no poder e calar a oposição. Chávez está longe de ser um paladino da democracia e da soberania de Honduras. Pelo contrário, ingeriu-se nos assuntos internos de Honduras, inclusive pelo fornecimento do material necessário ao referendo ilegal de Zelaya e da aeronave por ele empregada em sua tentativa de pousar em Tegucigalpa. Sabe-se que, neste momento, está financiando a manutenção de Zelaya e de seus seguidores, bem como o treinamento militar de suas “milícias pacíficas” na fronteira.

2. Não surpreende essa atuação de Chávez, que segue um comportamento mais recente na América Latina. Tentou sabotar o conservador Álvaro Uribe, ao apoiar a guerrilha narco-terrorista das FARC. No Peru, proporcionou apoio financeiro aos violentos protestos indígenas e vem custeando a carreira política de Ollanta Humala. Procurou envolver o novo Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, oferecendo-lhe auxílio na montagem de uma refinaria bi-nacional nesse país. Em troca de petróleo a preços baratos, alugou os votos de vários micro-estados do Caribe para facilitar a reeleição no próximo ano de José Miguel Insulza.

3. Os governos de Cuba, da Nicarágua e da Bolívia dependem cada vez mais da generosidade venezuelana para sobreviver. Em suma, Chávez, montado sobre a ALBA, está procurando ampliar seu poder na América Latina e no Caribe: Honduras se constituía num passo importante nesse sentido. Suas iniciativas para controlar os meios de comunicação social da Venezuela se inscrevem nesse seu esforço para concentrar poder em seu país, na América Latina e no Caribe. E ainda contou com a observação favorável de Marco Aurélio Garcia (que o próprio Chávez afirmou em Pernambuco estar no laptop do líder das FARC, Raul Reyes), que acaba de passar uma larga temporada em Caracas.