"O Crivella manda no Exército?"

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"Consternado" com as mortes de três jovens do Rio, que foram entregues a traficantes por integrantes do Exército, o vice-presidente José Alencar (PRB-MG) defende o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), seu correligionário, no episódio. Os soldados estavam na cidade para fazer a segurança do projeto Cimento Social, idealizado pelo senador e que prevê a recuperação de 782 casas em uma área da favela da Providência.

FOLHA - O senhor acha correto o Exército dar segurança a um projeto do senador Marcelo Crivella?
JOSÉ ALENCAR - Isso aí, sabe como é. Numa hora dessas, surgem várias especulações. Há dois anos, o Crivella levou essa idéia [o projeto Cimento Social] ao presidente Lula. Eu estava presente. O Lula gostou muito. Passou para o Ministério das Cidades, que deu os encaminhamentos [a pasta liberou R$ 13,9 milhões, em 2007 e 2008, para o projeto].

FOLHA - Mas e a participação do Exército na segurança da obra?
JOSÉ ALENCAR - [irônico]Precisa ver se o Marcelo Crivella manda no Exército. Se ele manda, eu vou até me socorrer com ele de vez em quando. Nosso partido, o PRB, não tem esse poder de convencimento, de uma força militar fazer algo que não queira. Isso tudo passou pelo presidente Lula.

FOLHA - O senhor conversou com o bispo Crivella?
JOSÉ ALENCAR - Sim, falei com ele. Ele está muito chateado. Todos nós estamos muito consternados, aguardando as investigações e as punições. Eu fui ministro da Defesa e conheci melhor as Forças Armadas. Fiquei encantado. Eles transferem valores muito sólidos [aos soldados]. Então tudo isso choca ainda mais.

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