Delegados afirmam que assassinato de Celso Daniel foi crime comum na CPI dos Bingos
Em depoimento à CPI dos Bingos nesta terça-feira, os delegados Edson Santi e José Luna disseram acreditar que o assassinato do prefeito Celso Augusto Daniel, em janeiro de 2002, foi realmente um crime comum. Santi, do Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo (Deic), e Luna, da Polícia Federal (PF), participaram das investigações que resultaram na tese de crime comum.
Responsável pelo inquérito na PF, Luna disse que foi indicado pelo PT para o comando das investigações do caso, mas não soube informar quem do partido fez a indicação.
A declaração do delegado da Polícia Federal José Pinto de Luna, afirmando ter sido indicado pelo PT para comandar as investigações do caso Celso Daniel, surpreendeu os integrantes da CPI dos Bingos, tanto da oposição quanto do governo.
Ao final da reunião foram exibidos vídeos nos quais dois dos integrantes da quadrilha acusada de matar Celso Daniel confessam e relatam detalhes sobre o crime. De acordo com os delegados, e com as confissões filmadas, o grupo era especializado em assaltos e só passou a praticar seqüestros pouco tempo antes do crime contra o prefeito. Os delegados também afirmaram que nenhum dos oito membros da quadrilha presos alegou que o crime havia sido encomendado. Nos vídeos exibidos ambos os criminosos afirmam que sequer sabiam que a vítima era o prefeito de Santo André. Dizem ainda terem escolhido a vítima ao acaso.
- É uma quadrilha de assaltos que passou a seqüestros, uma quadrilha não muito organizada. Eles mataram Celso no dia 20 de janeiro porque tinham medo de serem reconhecidos. Não há dúvida por parte da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público de que os oito que estão presos são os executores. Foi um seqüestro com fins lucrativos, um crime comum - garantiu Santi pouco antes de explicar que a mesma quadrilha tinha assassinado outro seqüestrado 13 dias antes também por medo de serem reconhecidos.
O delegado civil explicou que foram 12 meses de investigação no Deic, que resultou em 26 pessoas presas, todas ligadas à quadrilha. Entretanto, mesmo após o delegado federal também afirmar que o crime foi comum, alguns senadores contestaram a versão. Romeu Tuma (PFL-SP) e Magno Malta (PL-ES) afirmaram ainda acreditar na tese de crime de mando. Os delegados também não convenceram o presidente do colegiado, senador Efraim Morais (PFL-PB).
- Os delegados não mostram tanta segurança em relação ao caso. Eles estão certos quando dizem que prenderam a quadrilha que matou o prefeito. Agora, em relação à conclusão de crime comum ou crime de mando, eles mesmos deixam dúvidas em relação a isso - avaliou Efraim.]
E mais: "Me causou espanto saber que foi o PT quem indicou, ainda em fevereiro de 2002, os delegados federais responsáveis pela investigação da morte do prefeito Celso Daniel. Quero saber o porquê desta ingerência”, afirmou o presidente da CPI.
VÍDEOS: g1 e TV Bahia - domingo, 22 de dezembro de 2024
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