Está clara agora a razão da alergia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a entrevistas para valer: ele não tem o que dizer -a não ser a catarata do lugar comum que é seu discurso-padrão- e, na crise, não tem como se defender.
Apertado pelo jornalista Pedro Bial para o "Fantástico" de domingo, Lula tergiversou, tergiversou, tergiversou, para, na terceira ou quarta pergunta seguida sobre o escândalo, entregar todo o mundo.
Em primeiro lugar, entregou o PT. Que o partido não tem mais credibilidade está à vista de todos. Mas é o beijo da morte que o diga seu presidente de honra, o principal de seus fundadores e o seu candidato em todas as eleições presidenciais da história de ambos.
Entregou também velhos companheiros, como José Genoino e José Dirceu, e companheiros não tão velhos, mas igualmente da corriola, como Silvio Pereira e o "nosso" Delúbio (dele, presidente).
Tudo para salvar a própria pele, para insistir em que não sabia de nada, tanto que, se soubesse, não teria acontecido. É um festival de contradições porque, antes, engordara a descerebrada teoria de conspiração das elites. Depois, falou também de "denuncismo". Agora, não há nem conspiração nem "denuncismo", mas erros de fato cometidos por seu partido, pelos quais ainda haverá de "sangrar" muito.
Contradição também na insistência em dizer que o atual governo é o que mais apura corrupção em toda a história da República, do Império, da colônia e da vida selvagem. Para, minutos depois, admitir candidamente que não tem a menor noção do que ocorre nos outros andares do Palácio e, menos ainda, nos ministérios.
Depende de denúncias para investigar. Feitas as denúncias, comprovadas até pela confissão de petistas, como o "nosso Delúbio", não se tem notícia do resultado de tanto suposto furor investigativo.
Difícil imaginar entrevista presidencial mais patética.
@ - crossi@uol.com.br
"Apertou, entrega" por Clóvis Rossi
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