Jornalista em greve de fome critica declaração de Lula!

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O jornalista cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome desde o dia 24/02, criticou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e reafirmou que não desistirá do protesto.

“Com essa declaração o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra é seu comprometimento com a tirania dos Castro e seu desprezo com os presos políticos e seus familiares. A maioria do povo cubano se sente traída por um presidente que um dia foi um preso político”, disse Fariñas, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Lula, em entrevista concedida à Associated Press e divulgada na terça-feira (09/03), repudiou a greve de fome como forma de protesto e pediu respeito à decisão da Justiça cubana.

“Nós temos que respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano de prender as pessoas em função da legislação de Cuba, como eu quero que eles respeitem o Brasil, como eu quero respeitar aquilo que os Estados Unidos fizerem, cumprindo a lei. A partir daí, um cidadão, fazer uma greve de fome até se permitir morrer... Eu já fiz greve de fome e nunca mais farei. Eu acho uma insanidade judiar do próprio corpo”, afirmou.

O jornalista, que recusou convite para se exilar na Espanha, responsabilizou o governo cubano e os governos que o apoiam, incluindo o Brasil, pela morte de Orlando Zapata Tamayo. Segundo Fariñas, Lula agiu de “má-fé” ao visitar a ilha logo após a morte de Zapata.

“Ele (Lula), como ex-preso político, poderia ter cancelado a visita”, disse Fariñas.
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2 comentários:

zÉ disse...

"Muita gente pede a ajuda do Brasil", diz Amorim sobre dissidentes

da Folha Online

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira que "muita gente pede o apoio" do governo brasileiro, mas que "não é possível ajudar todo mundo", em referência ao apelo de dissidentes cubanos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que interceda junto ao governo de Raúl Castro pela libertação de presos políticos.

Amorim disse também que o governo brasileiro "está comprometido com a defesa da democracia e com os direitos humanos", mas que a administração também "já teve experiências em que as condenações públicas nem sempre tiveram resultados práticos".

Ontem, Lula pediu, em entrevista à agência Associated Press, respeito às decisões da Justiça cubana e condenou o uso da greve de fome por dissidentes como instrumento para serem libertados da prisão.

"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos de deter as pessoas em função da legislação de Cuba. A greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade."

O chanceler recordou uma ocasião em que o próprio presidente Lula fez greve de fome, durante o período da ditadura militar (1964-1985), e considerou tais declarações seriam uma espécie de "auto-crítica" sobre o efeito obtido por tal tipo de protesto.

Amorim afirmou ainda que o Brasil está "comprometido em ajudar Cuba através de "comércio e infra-estrutura", e disse que tais "progressos trazem outras mudanças", e que "o próprio povoo cubano sabe que elas ocorrerão". "Se alguém está interessado em promover uma evolução política em Cuba, há uma receita muito rápida: acabar com o embargo dos EUA".

De acordo com o chanceler, se as sanções econômicas que os EUA mantêm contra Cuba desde 1962 fossem suspensas, "isso em si traria grande mudanças políticas para a ilha".

Anônimo disse...

Oposição acusa governo de barrar moção contra morte de cubano

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A oposição acusou o governo federal nesta quarta-feira de impedir a votação de moção do Legislativo que lamenta a morte do dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo após greve de fome. O texto também condena os atos de desrespeito aos direitos humanos praticados pelo regime de Cuba.

Segundo a oposição, deputados governistas esvaziaram a reunião da Comissão de Relações Exteriores da Casa que votaria a moção para evitar desgastes sobre o tema --depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou ontem o uso da greve de fome por dissidentes como instrumento para serem libertados da prisão.

"É lamentável que a base do governo se recuse a enxergar o flagrante desrespeito aos direitos humanos em Cuba. Não bastasse as declarações desastradas do presidente Lula, agora os deputados governistas também dão um demonstração de omissão com relação a situação em que vivem os dissidentes do regime cubano", disse o deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

Sem quorum (número mínimo de deputados presentes na sessão), a comissão encerrou a reunião sem colocar a moção em pauta. Na moção, Jungmann afirma que "as autoridades cubanas vêm recorrendo a medidas violadoras dos padrões e das leis dos direitos humanos".

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), negou que a base governista tenha esvaziado a reunião para evitar que moção fosse votada. "O governo não orientou nenhuma posição. Sou líder do governo, apoio todas as declarações do presidente Lula. Mas não conversei com o presidente sobre esse assunto", afirmou.

Vacarezza disse que, se os deputados quiserem aprovar a moção, terão que reunir maioria na comissão. "O governo não é favorável a se imiscuir em políticas internas de nenhum país. Só tomamos posições diante de golpes de Estado", afirmou.

Em 23 de fevereiro, um dia antes de Lula visitar Cuba e se reunir com os irmãos Castro, Zapata Tamayo morreu após fazer greve de fome por 85 dias. Desde então, aumentaram as pressões internas e as críticas por parte de EUA, Europa e ONGs, pedindo respeito aos direitos humanos na ilha.

Para honrar a causa de Zapata e reivindicar a libertação de outros 26 presos de consciência doentes, outro dissidente, o jornalista Guillermo Fariñas, iniciou greve de fome que hoje completa 15 dias.

Declarações

Em entrevista à agência Associated Press, Lula pediu respeito às decisões da Justiça cubana e condenou o uso da greve de fome por dissidentes como instrumento para serem libertados da prisão.

"Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos de deter as pessoas em função da legislação de Cuba. A greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade."

 

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